No segundo e último dia do Festival ABCR 2024, realizado em São Paulo, os participantes foram imersos em um ambiente de aprendizado coletivo e conexões. Com 1.030 inscritos, a edição deste ano foi a maior da história do evento, mostrando a importância do debate sobre captação de recursos para Terceiro Setor no Brasil.
O dia começou com a Plenária 4, em que Lucas Seara, Rachel Carneiro, Daniele Torres e Suellen Moreira discutiram o tema “O captador de recursos e sua remuneração: uma análise do cenário atual”. A sessão explorou as complexidades e desafios enfrentados pelos profissionais na área, abordando questões de equidade e valorização.
A Plenária 5 tratou do “Financiamento da Justiça Social: desafios e oportunidades”, com as palestrantes Aline Odara e Yasmin Morais. A discussão destacou a necessidade de estratégias inovadoras e sustentáveis para financiar iniciativas que promovam a justiça social, essencial para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa.
As palestras do dia também trouxeram conteúdos valiosos. Bernard Ross apresentou “Making Strategy SIMPLE: using the one page strategy map model”, descomplicando a formulação de estratégias eficazes. Na parte da tarde, Carla Ninos, Aretha Ramos, Débora Silva, Daniel Paixão, Jander Manauara e Nieta Costa debateram “Periferias e Captação de Recursos: desafios e caminhos para avançar”, uma conversa sobre a inclusão das periferias no contexto de captação de recursos. Outras palestras incluíram debates sobre uso de dados de survey para impulsionar a captação, tecnologia socioambiental, fontes de receitas e negociação com investidores.
Exposição
Durante o Festival ABCR 2024, diversos negócios e projetos tiveram a oportunidade de apresentar suas soluções e serviços focados no terceiro setor em estandes. A startup apoIAr, por exemplo, ofereceu uma experiência inovadora aos participantes. Através de um cadastro, os visitantes inseriram informações sobre suas organizações em uma plataforma de IA que gerou uma música inédita dedicada a cada organização, combinando tecnologia e criatividade para fortalecer a identidade institucional.
Avaliação
O encerramento do festival foi marcado por um momento de transição e celebração. Camila Figueiredo, presidente do Comitê Científico do Festival ABCR, fez um discurso agradecendo a oportunidade de liderar o festival nos últimos três anos e destacando a importância de um comitê diverso e representativo para a construção de um evento inclusivo.
“Agradeço o convite da Márcia Woods e do João Paulo Vergueiro para ter liderado o festival nos últimos três anos. A posição de presidente me deu a incumbência de formar os comitês e é muito legal ver que todo ano tem vários associados interessados em fazer parte”, disse Camila. “A gente procura formar um comitê a cada ano bastante diverso. A ideia é ter um olhar das várias regiões do país, dos vários temas de interesse para a gente conseguir fazer um festival bastante abrangente e diverso”.
Camila destacou a importância do processo democrático na composição do comitê e na seleção das propostas para o festival. “O formato de abrir a programação para ser composta via edital é a ideia de democratizar o acesso da programação, mostrar que quem apresenta boas propostas estruturadas, robustas, que tem bons vídeos contando sobre como você quer fazer essa palestra, vai ser chamado possivelmente, porque a gente avalia bem a qualidade técnica das propostas e a capacidade de contribuição dessas propostas na formação dos captadores”.
A presidente do Comitê também ressaltou a importância de atender a diversos públicos dentro do festival. “Esse é um evento para quem está tendo o primeiro contato com captação e para quem é muito experiente na área”.
Troca de comando
Na cerimônia de encerramento, também ocorreu a troca de Conselho da ABCR, em que Flávia Lang assumiu a presidência, sucedendo Márcia Woods. Márcia refletiu sobre seus seis anos de gestão, ressaltando as conquistas significativas, como o reconhecimento da profissão de captador de recursos e a ampliação do programa de advocacy da ABCR.
Márcia destacou os desafios enfrentados no início de sua gestão e as decisões estratégicas que foram tomadas. “Recebemos uma ABCR bastante fragilizada, com desafios financeiros para sua sustentação. Esse conselho tomou duas decisões que foram extremamente importantes e que deram o tom do que foi esses seis anos de gestão. A primeira foi rever o portfólio da ABCR, entender o que eram os projetos prioritários e, a partir disso, qualificá-los.
A agora ex-presidente da ABCR enfatizou conquistas alcançadas durante sua gestão. “Hoje a gente entrega a ABCR em outro lugar, tendo obtido conquistas históricas, como o reconhecimento da profissão, que era uma reivindicação histórica, graças ao programa de advocacy. A luta pelo fim do ITCMD também foi um marco. Estamos em uma Reforma Tributária em que isso foi acatado, o que é uma vitória para o setor e a ABCR teve um papel importante nisso. A gente entregou uma sucessão muito bem feita entre diretores executivos e uma organização com mais capacidade de rede, de apoiadores, mais doadores e mantenedores institucionais, enfim, em outro patamar de sustentabilidade e de articulação. Todos nós que estamos aqui presentes no conselho estamos felizes porque este é um momento de celebrar a dedicação que tivemos nesses últimos seis anos”, concluiu.
A nova presidente da ABCR, Flávia Lang, agradeceu aos associados e à gestão anterior falando sobre os planos de seguir na qualificação da profissão de captador(a) de recursos e continuar fortalecendo a ABCR. Também apresentou a equipe dos conselhos deliberativo e fiscal. Para saber mais sobre a nova gestão, clique aqui.